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Mitos & Verdades

Via Marco Alves

Já te faltou força na advocacia?

Pra mim já, tanto no sentido literal quanto figurativo.


Em 2006 resolvi abrir meu próprio escritório. Não costumo vender uma imagem de Suits quando na verdade meu início na advocacia não teve glamour. Sem parentes advogados e nem a oportunidade de ter trabalhado em grandes escritórios, tive de aprender por mim e garanto que o caminho é mais longo pra se chegar a qualquer objetivo quando não se sabe qual o próximo passo.

E mesmo assim, não mudaria nada em minha jornada.


A história que vou contar é do início do meu escritório. Vendi um veículo Ford Fiesta que minha mãe ajudou a comprar pra abrir o empreendimento: adquiri uma mesa em L, cadeiras, notebook, ar condicionado (daqueles quadrados de janela), algumas prateleiras e mandei fazer um adesivo com o nome do escritório pra colar na porta.


Esse escritório não ficava num lugar chique, desses que a gente sente de vontade de entrar nem que seja pra ver como é. Era uma sala simples, que alagava quando chovia. E fiquei lá um tempo, acreditando que a qualquer instante poderia entrar alguém pela porta e me contratar para uma ação importante, mudando minha vida pra sempre.


Nessa altura a Maria já estava a caminho e eu tinha que fazer as coisas darem certo e não havia nada que tirasse de mim o otimismo de que ganharia muito dinheiro ali, naquele lugar.


E um dia, o resto do dinheiro do carro acabou e nenhum cliente chegou me trazendo uma mala de honorários. Os poucos que batiam à porta me contratavam para coisas pequenas, que não custeavam sequer as despesas. E o funcionário da empresa elétrica me visitou pela falta de pagamento da conta de energia.


Tive a luz do escritório cortada e não me lembro de um dia ter me sentido mais derrotado. Faltava energia no escritório, mas em mim faltava tudo. Até vontade de viver.

Para evitar que minha dívida aumentasse, entreguei a sala e fui advogar em casa em 2007. Nessa época home office não era algo legal e descolado, como hoje. E a cada cliente que eu recebia criava justificativas para explicar porque não estava atendendo-o num escritório adequado.

“Estava alugando” eu dizia. E fiquei trabalhando em casa entre 2007 e 2011. Com despesas enxutas, consegui investir mais em qualificação, gestão e mesmo trabalhando em casa eu cumpria horário.


Sei que algumas coisas parecem besteira hoje, mas eu tinha pra mim que não seria um advogado de sucesso se agisse como um fracassado. E em 2012 as coisas começaram a mudar de verdade, mas te conto isso outra hora.

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