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“Ela só me procurou quando já era tarde demais...”

  • Foto do escritor: Marco Túlio Elias Alves
    Marco Túlio Elias Alves
  • 29 de jun.
  • 6 min de leitura
Consulte um advogado preventivamente.
Lavar as mãos pode prevenir doenças

Por Marco Túlio Elias Alves


"Devia ter me procurado antes". Essa é uma frase que se repete com frequência nos bastidores da advocacia. E, apesar de parecer apenas um desabafo de rotina, carrega um alerta importante: o costume — ainda muito arraigado no Brasil — de procurar um advogado somente quando o problema já está instaurado.


Essa mentalidade custa caro. E não estou falando só de dinheiro.


Você lava as mãos antes das refeições, bebe água com frequência e se esforça para manter uma alimentação equilibrada. Tudo isso porque aprendeu, ao longo da vida, que cuidar da saúde é a melhor forma de evitar doenças. A prevenção se tornou parte do seu dia a dia — e faz sentido. Mas então surge uma pergunta incômoda: por que, ao lidar com seu patrimônio, sua liberdade e seus direitos, essa lógica preventiva é ignorada? Por que esperar o problema estourar para, só então, buscar ajuda jurídica?



A cultura jurídica reativa — que vê o advogado como um “resolvedor de pepinos” — tem impedido empresários, profissionais liberais e até pessoas físicas de tomarem decisões estratégicas com segurança. O resultado? Contratos mal elaborados, sociedades empresariais que desmoronam, prejuízos evitáveis e litígios que poderiam sequer existir.


Em muitos desses casos, bastaria uma consulta preventiva para mudar completamente o rumo da história.


O custo da omissão


Imagine assinar um contrato de prestação de serviços sem revisar cláusulas de multa, prazos de pagamento ou critérios de rescisão. Ou abrir uma sociedade com um amigo sem definir, com clareza, as responsabilidades e os direitos de cada um. Ou ainda, investir em um negócio sem avaliar riscos jurídicos básicos.


São decisões aparentemente simples — e corriqueiras — que, sem o devido respaldo jurídico, podem se transformar em grandes armadilhas.


Mais do que resolver conflitos, o papel do advogado moderno é evitar que eles aconteçam.


Advocacia estratégica é investimento, não despesa


É preciso entender que o advogado não é um custo extra, mas um parceiro estratégico. Assim como se busca um contador para manter as finanças em ordem, o advogado é a pessoa que vai ajudar a tomar decisões com base na lei, na jurisprudência e na prática do mercado.

Consultoria jurídica preventiva não é luxo. É prudência. E, em um cenário econômico cada vez mais complexo, é também uma vantagem competitiva.


A pergunta que fica é: você prefere agir com segurança ou consertar o estrago depois?


A escolha entre prevenção e remediação pode ser a diferença entre o sucesso e o prejuízo. Se você está prestes a assinar um contrato, abrir uma empresa, iniciar uma sociedade ou qualquer outro movimento importante — consulte um advogado antes.


É mais barato, mais seguro e, acima de tudo, muito mais inteligente.


Advocacia preventiva: por que ela é essencial (e ainda ignorada) por muitas empresas

Consulte um advogado preventivamente.
Empresas ainda vêm o advogado como custo

A advocacia preventiva, embora ganhe cada vez mais espaço no meio empresarial, ainda é subestimada por muitos gestores no Brasil. Em vez de procurar o advogado quando o problema já está instaurado, a proposta preventiva busca evitar litígios, reduzir riscos jurídicos e garantir segurança nas decisões estratégicas. O conceito, que pode parecer óbvio, ainda não é regra entre pequenas e médias empresas, onde prevalece a cultura do “apagar incêndios”.


O papel do advogado preventivo é atuar como parceiro estratégico do negócio, orientando desde a redação de contratos até questões trabalhistas, tributárias e societárias. É ele quem avalia os riscos de uma decisão, alerta para as obrigações legais e ajuda a montar uma estrutura jurídica sólida. Empresas que adotam essa abordagem tendem a ter menos processos judiciais e, consequentemente, menos gastos com honorários emergenciais e condenações inesperadas.



Um dos principais benefícios é a economia financeira a médio e longo prazo. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Advocacia Empresarial (ABAE), empresas que contam com um jurídico preventivo chegam a reduzir em até 40% seus custos com litígios. E isso vale para todos os setores, especialmente os que lidam com grande volume de contratos ou com passivos trabalhistas frequentes.


Outro ponto importante é a conformidade com legislações em constante mudança. A reforma trabalhista, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e novas regulamentações tributárias exigem atualização constante. A advocacia preventiva garante que a empresa se adapte rapidamente, evitando multas, sanções e prejuízos à imagem institucional.


Apesar das vantagens, muitas empresas ainda veem o jurídico como um “mal necessário”. Em parte, isso se deve a uma visão limitada sobre o papel do advogado, ainda associado a conflitos e litígios. Porém, esse perfil está mudando, principalmente entre startups e companhias de tecnologia, que valorizam a gestão de riscos desde o início.


Para os advogados, essa mudança de mentalidade também representa uma transformação profissional. O mercado exige hoje profissionais com visão multidisciplinar, capazes de entender o negócio do cliente, antecipar riscos e atuar de forma consultiva. Não basta saber de leis: é preciso falar a língua do empreendedor e colaborar com as decisões estratégicas.


É nessa lógica que o compliance ganha força. Criar e aplicar políticas internas, treinar equipes, monitorar condutas e investigar denúncias internas são práticas que fazem parte da advocacia preventiva. Mais do que cumprir a lei, trata-se de construir uma cultura empresarial ética e transparente.


No fim das contas, a advocacia preventiva é um investimento. Ainda que exija custos iniciais, o retorno vem em forma de economia, reputação fortalecida e crescimento sustentável. Para empresas que querem crescer com segurança, esse modelo deixou de ser opcional — é essencial.


Como aplicar a advocacia preventiva no dia a dia da sua empresa


Entender o conceito de advocacia preventiva é um bom começo, mas o desafio está em colocá-lo em prática. Para muitas empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, a dúvida é por onde começar e como encaixar isso na rotina já sobrecarregada de gestão. A boa notícia é que algumas medidas simples já fazem diferença.


O primeiro passo é contar com uma assessoria jurídica de confiança. Isso não significa necessariamente manter um departamento interno — muitas empresas optam por contratar escritórios especializados, com atendimento recorrente. O importante é que esse apoio esteja presente desde a fase de planejamento das ações, e não só quando surge um problema.


Mapear os riscos é outra etapa essencial. Toda empresa, independente do porte, está exposta a riscos jurídicos: desde erros em contratos com fornecedores até problemas trabalhistas ou tributários. Identificar onde estão essas fragilidades permite tomar decisões mais seguras e elaborar protocolos para lidar com elas.


A revisão de contratos também é prática obrigatória. Muitos empresários assinam contratos sem entender as cláusulas ou sem analisar os impactos legais. Ter um advogado preventivo nesse processo evita problemas futuros, como inadimplência, falhas de escopo e litígios desnecessários. O mesmo vale para contratos com clientes, parceiros e funcionários.


No campo trabalhista, a advocacia preventiva atua com treinamentos, atualização de políticas internas e auditorias periódicas. Evitar ações trabalhistas não depende só de pagar salários em dia, mas também de cumprir normas de segurança, respeitar jornadas, garantir ambientes saudáveis e manter documentação adequada.



A adequação à LGPD é outro exemplo clássico de advocacia preventiva. Empresas que coletam e armazenam dados de clientes, funcionários e fornecedores precisam ter políticas claras de proteção e uso desses dados. Deixar isso para depois pode gerar multas pesadas e danos à reputação.


Investir em compliance é mais um braço da prevenção. Criar códigos de conduta, implementar canais de denúncia, realizar treinamentos e monitorar comportamentos ajudam a evitar fraudes, assédio e outras irregularidades que podem resultar em ações judiciais e escândalos públicos.


Para consolidar essa cultura, é fundamental envolver todas as áreas da empresa. O jurídico não pode atuar isoladamente: finanças, RH, marketing e comercial também precisam estar alinhados com as boas práticas legais. A prevenção é um trabalho conjunto e contínuo.


Em resumo, a advocacia preventiva não é luxo — é estratégia. Ao adotá-la, empresas reduzem custos, ganham eficiência, minimizam riscos e constroem reputações sólidas. Em um cenário cada vez mais competitivo e regulado, ela se torna uma aliada indispensável para quem quer crescer com segurança e sustentabilidade.

 
 
 

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